domingo, 24 de abril de 2016

Vinhos de Chianti...A linda região da Toscana!

Se você acompanha o VINRISOS, então sabe que estou neste momento, percorrendo parte da região conhecida como Toscana na Itália, mais precisamente a região de Chianti.
Esta região é famosa pela produção do vinho com mesmo nome,  os Chianti!
Esta linda região da Toscana, é cercada de muito verde, um solo bastante calcário, que é perfeito para o cultivo de sua uva autóctone (leia aqui) chamada Sangiovese.
Os vinhos chamados Chianti, ficaram por muito tempo com uma má reputação, pois os produtores da região preferiram produzir em maior quantidade, ao invés de optar pela qualidade de seus vinhos.  Nesta época, devido a um contrato de uso da terra, os agricultores tinham que dividir a colheita com os senhores da terra, portanto quantidade era o que buscavam!
Foi o famoso Piero Antinori e seu tio também famoso, o Marquês Mario Incisa Della Rochetta, no final nos anos 60, que revolucionou a região, onde notaram a necessidade de melhorar a qualidade dos vinhos da região, e também de se adequar ao paladar mundial, que preferia vinhos mais suaves e redondos, ao invés dos sabores secos e duros produzidos nesta época em Chianti. Para isso, testaram o uso de barrica para amaciar os duros taninos da uva Sangiovese, que é a  principal dos vinhos do Chianti, e também o uso de uvas internacionais em pequenas quantidades junto com a Sangiovese, principalmente as francesas, tais como a Merlot, Cabernet Sauvignon, Cabernet Franc, etc...  Com isso nasceram os  famosos Super Toscanos, que são vinhos produzidos com a uva Sangiovese, mas que também se utilizam de uvas internacionais em seu blend (leia aqui). 
Após uma grande polêmica com outros produtores da região, já acostumados com as normas locais de uso das uvas, e a qualidade mínima exigida, todos acabaram se rendendo a ideia de que melhorar a qualidade, através das expansão das uvas utilizadas e a forma de vinificação, trariam mais compradores e melhor reputação para a região.
Mais alguns anos se passaram, e as regras de produção na região de Chianti foram alteradas, autorizando a utilização de variedades francesas no blend do vinho em toda a região de Chianti, e proibindo o uso de uvas brancas para a produção do Chianti Clássico, que em pequena quantidade ainda podia ser utilizada.
Hoje a região de Chianti esta divididas na seguintes sub-regiões, as quais estão descritas no rótulo:
            
-       Chianti: O mais simples e genérico
-       Chianti Clássico: O mais famoso, tradicional e antigo!
Este vinho ainda possui uma outra sub classificação chamada Chianti Classico Riserva e Chianti Classico Gran Selezione. 
-       Chianti Colli Aretini
-       Chianti Colli Fiorentini 
-       Chianti Colline Pisane
-       Chianti Colli Senesi
-       Chianti Montalbano
-       Chianti Montespertoli
-       Chianti Rufina

Veja que história este vinho tem de sobra, e eu posso garantir...Sabor também não lhe falta, então pegue seu prato de massa com um bom molho vermelho, e prove este vinho com características tão únicas e especiais, que povoam o coração e a alma desta região...Você como eu, vai se apaixonar!





Saúde sempre!


Luciana Martinez

domingo, 17 de abril de 2016

Vinhos Orgânicos e Biodinâmicos? Afinal, o que é isto?

Não é de hoje que encontramos a palavra “orgânico” em vários produtos quando saímos às compras, mas no mundo dos vinhos conceitos como; biodinâmico e orgânico são relativamente novos, ou pelo menos para o Brasil.
Como podemos encontrar indicações nos rótulos das garrafas, vamos compreender um pouco o significado desses termos.

ORGÂNICOS: O conceito diz respeito às práticas agrícolas de cultivo do produto. Uma viticultura orgânica deve ser feita sem uso de agrotóxicos, adubos químicos ou substâncias sintéticas. Para ser considerado orgânico o processo produtivo deve abranger o uso responsável do solo, da água, do ar e dos demais recursos naturais, além de respeitar toda fauna e flora que rodeia sua plantação.
Por isso que os produtores orgânicos são tão exigentes sobre o uso de pesticidas em propriedades que rodeiam os seus cultivos.
Para que o vinho seja classificado como “orgânico” ele tem que ter suas uvas produzidas desta forma e assim receberá um selo com certificado de autenticidade: “BIO” 
BIODINÂMICOS: Aqui começa um pouco a confusão, mas vamos lá! Criado por Rudolf Steiner a biodinâmica trata-se de uma visão holística da agricultura que une a terra ao céu, seguindo as influências das mudanças das fases da Lua, o uso dos 4 elementos da natureza: fogo, ar, água e terra. 
Para alcançar esse objetivo plantios de espécies diferentes são mesclados aos vinhedos. Patos, cavalos, e afins passeiam livremente entre os parreirais, comendo os insetos e deixando seu adubo natural o que irá fortalecer a plantação.
Uma das técnicas da Biodinâmica que gera alguma confusão é o uso de um chifre de boi, preenchido com minerais macerados e enterrado no meio do vinhedo. Alguns vêem isso como uma forma de superstição ou simpatia, mas nada mais é do que um “regulador” natural, liberando, pouco a pouco esses minerais no solo.
Importante lembrar que todo produtor que opte pela biodinâmica, terá um plantio orgânico, mas nem todo produtor que siga as técnicas do planto orgânico produzirá seus vinhos baseados nas práticas da biodinâmica.
Eu sei que parece um pouco complicado e com certeza , bem diferente, mas para aqueles que quiserem entender um pouco mais sobre a Biodinâmica, fica aqui uma sugestão; o livro “Vinho do Céu à Terra” de Nicolas Joly (grande produtor da região do Vale do Loire, na França).
E agora vamos ao que interessa, degustar, analisar e sempre experimentar coisas novas, somente assim notamos as diferenças e desenvolvemos nossas preferências.

Tim Tim!!

Larissa Moschetta