domingo, 29 de abril de 2018

Os solos pelo mundo, e as uvas que mais se adaptaram!!

Escrevi já sobre o solo da região da Serra Gaúcha (Leia aqui!), mas não posso deixar de registrar algumas regiões onde o solo possui características que influenciam nos vinhos que degustamos!
Então vou resumir um pouco, para ficar fácil de entender:


Região de Coonawara - Austrália:

A já famosa Terra Rossa de Coonawarra, na Austrália, é basicamente uma combinação única de eventos. Esta área um dia já foi um grande litoral, e possui solo calcário que esta sobre uma base de arenito. O calcário foi secando, se desintegrando ao longo do tempo, e este processo foi depositando ferro, o que gerou a tonalidade de terra encontrada nesta região, que é rica em minerais e nutrientes, tem ótima drenagem, condições perfeitas para a adaptação da Cabernet Sauvignon.



Região de Châteauneuf-Du-Pape - França:

Em visita por esta região, a pessoa que nos acompanhou mostrou vários tipos de solos que compõe esta região, e é até mesmo por isso, que existem tantas uvas permitidas de serem plantadas nesta região...Pois todas se adaptaram muito bem!
O solo nesta região é tomada de "pedras roladas", que chegaram na região na Idade do Gelo, quando tudo aquilo era alagado, e de tanto as pedras serem arrastadas por esta águas, as pedras acabaram por ficarem arredondadas. Estas pedras armazenam calor, e a noite transferem para as videiras.
Aqui como já comentei, muitas uvas se adaptaram, mas os grandes destaques são a Grenache, Shiraz e Mouvèdre.



Região do Mosel - Alemanha:

A ardósia abundante no solo de Mosel absorve o calor do sol e reflete às vinhas, garantindo uma melhor maturação das uvas. Além disso, é altamente porosa. De quebra, garante uma mineralidade que só faz bem à casta rainha da região: a Riesling. E se há uma uva no mundo que reflete com precisão o que o solo oferece, essa cepa é a Riesling. Não por acaso, o solo de Mosel é considerado um dos mais importantes na viticultura mundial.



Região do Douro - Portugal:

O vinho que nasce do Douro é um sobrevivente. A região é rica em granito. Mas o maciço de xisto dividido em camadas verticais por baixo da superfície permite que a umidade se infiltre no solo, e ainda oferece espaço para que as raízes se infiltrem mais profundamente em busca de nutrientes. O resultado é um vinho robusto, encorpado, forte. Trocando em miúdos, um sobrevivente.



Região da Borgonha, Champagne e Loire - França:


Uma bacia pedra calcária de marga se alonga por essas três regiões francesas: o solo kimmeridgian. É certo que cada pedaço de terra tem a sua particularidade, o que ajuda a tornar vinhos vizinhos tão distintos, diferentes. Mas a base está toda lá. Um solo argilo-calcário, repleto de quartzo, zircão e de nutrientes gerados dos fósseis de moluscos de eras passadas. E é na raiz desse solo que mora muito da explicação da qualidade, da fineza e da singularidade de cada um dos (bons) vinhos dessas regiões.




Região do Priorato - Espanha:

O solo é chamado de Llicorella, que é uma mistura de ardósia escura e quartzo, rochosa e altamente porosa, com uma enorme capacidade de drenagem e que permite às raízes cavar até 25 metros na rocha atrás de bolsões de água e de nutrientes. Esse é o famoso llicorella, solo dominante no Priorato, e uma das razões para a fama dos vinhos da região.



Região de Mendoza - Argentina:

Concentração é o sobrenome do vinho argentino. E tal característica é reflexo direto da combinação solo/geografia. As altitudes elevadas, somadas à mistura de areia, granito, xisto e depósitos aluviais transformam o solo de Mendoza em um ambiente único para crescimento das uvas. A ajuda do clima, com muito sol durante o dia, e temperaturas baixas durante a noite, completam o quadro e geram vinhos ricos em resveratrol.



Agora vale a pena provar os vinhos destas regiões, e tentar buscar por características que o solo traz para estes vinhos...Vale a pena!





Saúde Sempre




Luciana Martinez




(Fonte de Pesquisa: Revista Adega, dentre outros artigos relacionados).