domingo, 22 de julho de 2018

Vinhos em lugares pouco prováveis...

Você esta acostumado a tomar vinhos de locais tradicionais, como:

- Mendoza (Argentina)
- Vale central (Chile)
- Toscana (Itália)
- Bordeaux (França)
- Bento Gonçalves (Brasil)

Não é verdade!?
Eu pelo menos, sim, apesar de sempre buscar por alguma novidade...Claro!
Pois foi estudando e buscando por novidades, que descobri lugares que teriam absolutamente todos os ingredientes para não ter uma parreira, mas o homem achou uma forma de cultivar por lá, e é sobre uma destas regiões que conto um pouco agora:

- Ilha de Pantelleria:



Se você der uma olhada na foto, já vai entender...Esta ilha que pertence a região da Sicília na Itália, e que é um patrimônio da humanidade nomeada pela Unesco, é o resultado de movimentos das placas tectônicos e vulcânicos, e que possui apenas um lago chamado Espelho de Vênus, sofrendo muito com fortes ventos, então o que nossos ancestrais decidiram fazer!?
Isso mesmo que você vê na foto acima...Fazer buracos e plantar videiras, ou como se pode ver em algumas partes da ilha, fazer muros para protegê-las!!
E se você esta se perguntando que uva plantada, já digo logo que a uva desta região é a Zibibbo, também conhecida como Moscato de Alexandria, e não só na Ilha de Pantelleria, mas em quase toda parte, produz vinhos doces de excelente qualidade, e com características bastante marcantes!
As uvas são colhidas, e aqui você já pode imaginar o que seja colher em parreiras com a altura da foto, e depois ficam secando num processo chamado apassimento, o que faz com que saia água, e concentre açúcar.
Após secarem ao sol, cada bago (uva) é retirado do cacho manualmente, e reservado.
Neste meio tempo, é produzido com esta mesma uva Zibibbo, um novo mosto (suco da uva que ainda não se tornou vinho!), e a este mosto, se acrescenta as uvas secas, que acabam por se reidratar, e se faz a fermentação com o mosto fresco e as uvas quase passificadas, o que aumenta a concentração de açúcar!
Depois de engarrafado, o vinho seguindo as leis desta DOC (Denominação de Origem Controlada), deve ficar 6 meses na vinícola para depois ser comercializado.

(Se quiser ver um pouco mais sobre o processo, assista o vídeo, clicando aqui!)

Mas aposto que você esta aí se perguntando sobre o vinho...Bem, eu já tive a chance de provar, e descrevo a experiência para você:


- Ben Ryé (Passito de Pantelleria - Safra: 2011):
Aroma de casca de laranja, frutas cristalizadas, mineral e mel.
Na boca a acidez é abundante, a laranja se destaca, lembrando até mesmo um licor!
Apesar de um vinho doce, a acidez faz deste vinho delicioso para ser degustar sozinho, ou para acompanhar tortas de frutas.

NOTA VINRISOS: 4 VINRISOS/5



Como você pode imaginar, um vinho que tem na sua plantação, colheita e processo de fabricação, tanta dificuldade, não poderia ser um vinho barato, mas realmente eu lhe digo:

Se tiver a chance de provar, não perca, pois é uma experiência única, e este vinho não lembra nada que você possa ter provado...Eu garanto!




Saúde Sempre!


Luciana Martinez


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